Diário de Bordo: Atleta pernambucano é convidado para integrar Seleção líbanesa




  
Das quadras do Sport Clube Recife,e da Faculdade Politécnica Uberlândia (MG) para a seleção libanesa. Essa é a trajetória do jovem levantador André Queiroz. Com apenas 21 anos, o pernambucano vive um bom momento no campeonato do Líbano, onde joga pelo Hboub. Apesar das dificuldades na adaptação o jovem que vive há oito meses na região, conseguiu destaque na Liga Nacional e foi convidado para integrar a seleção do país.
Confira em:

      Como foi o convite para jogar fora?
Desde quando comecei a jogar Vôlei, sonhava em jogar fora do Brasil, e antes de vir aqui pro Líbano, até tive uma passagem frustrada pelo Qatar. Mas não desisti com meu sonho, até que um dia quando eu estava me recuperando de uma torção no tornozelo surgiu o convite do meu amigo Georg Emmerich de vir pro Líbano e defender a equipe de Hboub.

      Quais os aprendizados neste período de campeonatos no exterior?
Os aprendizados de jogar no exterior são diversos. Quando joguei a liga Libanesa cada jogo era uma experiência. Tive a oportunidade de competi contra pessoas mais experientes que eu e que já atuaram em vários países. E agora os aprendizados só vêm aumentando depois que ganhei o passaporte para jogar na Seleção do Líbano. Isso é um reconhecimento do bom trabalho que venho fazendo nesse país. Neste período disputei a fase classificatória para o Mundial do ano que vem , e daqui a 2 meses tem o Asian Cup , onde reunirá 24 Seleções em Dubai.

      Conte um pouco sobre sua adaptação em um país com uma cultura tão diferente da nossa. 

No Começo quando cheguei ao Líbano, não vou mentir que fiquei bastante surpreso com tamanha diferença. Eu sou natural de Recife, uma capital muito quente, e quando senti esse frio daqui foi um pouco difícil pra acostumar, cheguei a pegar até - 4º. Entre outras diferenças como comida, pessoas, idioma. Hoje depois de quase oito meses, estou mais familiarizado com os muçulmanos. 

      Fale um pouco sobre pontos positivos e negativos de jogar no exterior?
No meu ponto de vista é a experiência que você leva não só pro vôlei, mas também pra vida. Conhecer novos amigos, aprender outro idioma , conhecer uma outra cultura, aprender a ser mais responsável , e acima de tudo, estar mais próximo de Deus, porque a grande parte desse tempo é só você e ele. Os pontos negativos em relação a mim são à distância da minha família e da minha noiva. Certos momentos você quer uma pessoa que você ama perto de você e perceber que esta pessoa está do outro lado do mundo, não é fácil.

No Brasil, quais os times já passou e o que considera de melhor e pior na nossa estrutura?
No Brasil, tive passagens pelos times da Uninassau Recife , Sport Clube Recife, onde tive a oportunidade de trabalhar com grandes nomes do vôlei de praia e também de quadra que é o Francismar Garrido e Fabiano Silva. O Sport Recife me deu a oportunidade de jogar a Superliga B, onde ganhei mais experiência e fui para o vôlei de Minas Gerais defender a equipe de Uberlândia, lá joguei contra grandes times da Superliga do Brasil como Cruzeiro, Vivo Minas e Juiz de Fora. Infelizmente quem joga vôlei no Brasil fica com aquele "pé atrás”, porque hoje pode está tudo bem, mas amanhã seu clube pode acabar por falta de investimento, lógico que me refiro aos times menos favorecidos e nós que somos do NE sabemos o quanto é difícil ter um bom investimento em nossos estados.

      Qual foi a reação de sua família quando você decidiu jogar no exterior?
No começo foi um pouco difícil, minha família estava meio receosa para me deixar sair do Brasil, ainda mais para um país tão "esquisito". Mas quando quer algo pra uma pessoa tudo dar certo, minha família e noiva me apoiaram e graças a Deus de lá pra cá só tem acontecido coisas boas em minha vida.

      Conte um pouco sobre sua equipe e a temporada no Libâno?  
      Aqui no Líbano eu defendi e defendo a equipe de Hboub, uma equipe jovem que tem muito que mostrar. Estão investindo mais em nós porque sabem onde podemos chegar. No começo da temporada foi um pouco difícil, vitórias sofridas, fizemos 7 jogos seguidos com o placar de 3x2 , mas toda nossa raça e dedicação valeram a pena. O presidente do meu time Rabih Khoury , viu que nós fomos bem chegando nas quartas de finais na temporada passada, e pra próxima temporada se Deus permitir vamos chegar mais fortes e atingir posições.

      Nesta trajetória de voleibol quais aprendizados e conquistas você carrega consigo?
      Apesar de só ter 21 anos, carrego comigo nesses 9 anos de vôlei muitos aprendizados, amigos, muitas conquistas , pessoas importantes que começaram a fazer parte da minha vida por conta do vôlei como minha noiva Tássia Macêdo. E espero ter muitos e muitos anos pela frente e que possa aprender sempre mais nos clubes e países por onde passar.
      Recentemente foi convidado a jogar pela seleção libanesa. Fale sobre essa oportunidade.
              Quando vim para o Líbano , pensei em passar só uma temporada e voltar para o Brasil, mas Deus tinha algo diferente pra mim. O meu sobrenome é Queiroz, e tem uma família aqui no Líbano que se chama Keyrouz. O presidente do meu time junto com a federação daqui investigou se existe uma possível descendência Libanesa em minha família. Graças ao bom trabalho que fiz aqui na última temporada eles me deram o passaporte para jogar pela seleção. Esse processo do passaporte não era certeza, e enquanto não saía alguma resposta eu ficava na expectativa porque eu sabia se desse certo ia mudar muito a minha vida. E graças a Deus deu certo , hoje defendo não só a equipe de Hboub, mais também a Seleção do Líbano, onde dou graças a Deus por essas oportunidades!
Perfil
Nome completo:  André Luiz Queiroz França Posição em que joga: Levantador 
Data de Nasc: 06-07-1992
Cidade natal: Recife
Times que já jogou: Faculdade Uninassau Recife , Sport Clube Recife, Faculdade Politécnica Uberlândia (MG) , Hboub (Líb) , Seleção do Líbano. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário