Matéria Sportv
Foi um casamento conturbado, mas, sem dúvidas, vitorioso. Em nove anos de parceria, as discussões de Juliana e Larissa em quadra sempre ficaram em segundo plano diante dos títulos. Foram cinco do Circuito Brasileiro e sete do Circuito Mundial, superando o recorde de Adriana Behar e Shelda no torneio internacional, além de quatro medalhas em Mundiais, dois ouros em Pan-Americanos e o bronze olímpico em Londres. Neste domingo, a principal dupla feminina brasileira se despediu das quadras da forma a que está habituada..
O adeus de Larissa, que pretende ser mãe em breve, não foi no lugar mais alto do pódio. A derrota para Lili e Rebecca nas semifinais doeu, mas deixou a dupla alerta para não deixar o terceiro lugar escapar. E ele veio em um jogo tenso. Com uma diagonal em cima da linha, a capixaba exibiu pela última vez sua habilidade nas areias para confirmar mais um triunfo, o 1.016º da parceria com Juliana, ao lado de quem faturou 109 torneios.
- Senti um turbilhão de coisas na cabeça e no coração. Senti alegria pelo semestre que fizemos, tristeza porque vai acabar. Neste domingo, realmente a ficha caiu e, mesmo se eu tivesse jogado a final, estaria dividia com um sentimento bom e outro ruim. Sabia que seria duro, difícil. Depois de dez anos, vai ser muito bom acordar sem despertador, mas é claro que vou sentir saudades. Já falei para o Reis (Castro, treinador) que de vez em quando vou bater uma bola, assistir aos jogos. Está no sangue, no coração. Não tem jeito de mudar – disse Larissa.ircuito Brasileiro de Vôlei de Praia
A história de mais de mil vitórias e cem títulos
Do início promissor ao status de uma das principais duplas do vôlei de praia mundial, foi um pulo. Os recordes alcançados ano a ano transformaram a parceria em um mito no Brasil e no mundo. Subir ao pódio foi parte da rotina, assim como entrar em quadra para fazer o que sabem de melhor. Somaram títulos, ganharam prêmios individuais e colecionaram grandes feitos. Conquistaram quase tudo. Na galeria de troféus, faltou apenas a medalha olímpica dourada, representada ali por uma de mesmo formato, mas com o brilho mais discreto do bronze. Para as campeãs mundiais, um símbolo de dignidade e o próprio reconhecimento de que todo o sacrifício valeu a pena.
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