Técnico Galba Ribeiro |
Diversos desafios foram enfrentados pela equipe cearense, até chegar a quarta colocação da Superliga B de Vôlei, no entanto não foram as dificuldades que impediram uma bonita exibição dos talentos da equipe da Universidade Federal do Ceará. Após o sucesso da participação da UFC/Ceará, na competição. Conversamos com o técnico Galba Ribeiro, sobre patrocínio, competições regionais e participação na liga de acesso a superliga.
Galba, tem 36 anos, iniciou a carreira de treinador em 1996. Chegou à UFC em 2001, para trabalhar nas categorias de base. Depois de um longo trabalho nas seleções de base do Ceará, assumiu a equipe adulta em 2010 e passou também pelo Vitória (BA). Confira a entrevista:
· Encerrada a participação da primeira equipe cearense numa edição de Superliga, qual a maior lição que o projeto tira da competição, em termos de dificuldades e pontos positivos?
Que precisamos evoluir muito em estrutura para deixar o nosso voleibol sólido desde a base até a categoria adulta, mas que temos condições de chegar a disputar competições de alto nível desde que tenhamos investimentos compatíveis.
Que precisamos evoluir muito em estrutura para deixar o nosso voleibol sólido desde a base até a categoria adulta, mas que temos condições de chegar a disputar competições de alto nível desde que tenhamos investimentos compatíveis.
· Como se dará a continuidade do projeto, no tocante ao planejamento para a Superliga B 2013 e demais competições estaduais e universitárias? O apoio do projeto de extensão do Instituto de Educação Física e Esportes (Iefes),da Federação Cearense e do governo do estado será mantido?
O planejamento já está em curso, estou analisando os pontos positivos e negativos que foram anotados ao longo da competição e montando um novo projeto com um orçamento mais ousado. Esperamos que as parcerias de 2012 sejam renovadas e captar mais patrocinadores pra temporada 2013. Quanto a equipe universitária esta já está treinando.
· Para você, qual o maior desafio na formação de uma equipe “nova” como a da UFC, onde conta-se um numero elevado de universitários? Como conciliar treino, estágio e faculdade?
O primeiro ponto é ter por trás uma entidade que forneça um ambiente propício para o desenvolvimento do voleibol, em seguida formar uma equipe boa, dentro e fora de quadra para isso é preciso escolher o grupo muito criteriosamente. No caso da nossa equipe, não precisei procurar, por muita sorte cheguei e encontrei um grupo muito bom na quadra, nos estudos e principalmente como pessoas.
· A equipe cearense contou com reforço do levantador curitibano Jonathan, o meio de rede paulista Felipe Mariano e o baiano Jeter? A comissão técnica pretende trazer jogadores de outros estados nas ligais que seguiram?
Difícil precisar qualquer coisa antes de ter um orçamento aprovado, mas a ideia é que para a próxima temporada tenhamos atletas focados 100% no voleibol, ou seja, profissionalizar a equipe que disputará a Superliga B.
· A UFC, para o restante do ano, terá suas equipes desmembradas em equipe universitária e equipe profissional ou semi-profissional?
A ideia é que tenhamos uma equipe juvenil, outra universitária e a profissional onde teremos o voleibol sendo praticado por um grande número de atletas e em várias categorias. Mas também depende de verba para todas estas ramificações do projeto UFC.
· Apenas o campeão da Superliga B garante o acesso à elite do vôlei brasileiro. Acredita que isso possa ser uma injustiça com as equipes nordestinas, uma vez que, nossa estrutura é inferior a de outros estados em relação a patrocínio?
Acho que apenas uma equipe garantir o acesso é pouco. Em minha opinião deveriam ser duas, porém vejo que as equipes do Nordeste precisam melhorar suas estruturas e subir de patamar. Desejo que as equipes cresçam e consigam suas vagas com mérito é preciso evolução, não devemos esperar benevolência. Por isso já estamos pensando na próxima temporada, para que independente de qualquer dificuldade, possamos classificar para a Superliga A.
· “ A Unifor, em 2010, esteve a um passo da Superliga, quando foi vice-campeã da Liga Nacional – o primeiro nordestino a conseguir o feito [até aquele ano, a Liga Nacional era a divisão de acesso para a Superliga]. Mas teve que abdicar da vaga por não ter tido apoio, já que a Superliga precisa de um investimento muito mais elevado, de pelo menos R$ 1 milhão”. Em sua visão, em situações como essa a confederação poderia intervim, levando em conta a falta de representantes nordestino na Superliga?
A situação da Unifor foi algo realmente triste, ter a vaga e não disputar foi muito frustrante não só pra eles como para todas as equipes do Nordeste. Apesar de que não foi por não ter apoio, até mesmo porque a Unifor não precisa. Ela pertence a uma holding fortíssima e que teria capacidade de obter orçamento não só para participar da Superliga A mas pra vencê-la. Em relação a ajuda da CBV acredito que o ideal seria como foi feito a alguns anos quando tinha convênio com a CVC, as equipes tinham passagens e hospedagens. Fora isso, temos que fechar patrocínios e melhorar nossas estruturas.
· Qual sua análise do nível de competições regionais? Qual a estrutura dos campeonatos realizados nesta região?
O nível é baixo, não há investimento dos clubes, nem de patrocinadores. O esporte apesar de ser necessário amor não deixa de ser um negócio e todo negócio sem investimento não prospera. Quanto as competições, elas são proporcionais as equipes e como são poucas, sem estrutura tornam as competições reduzidas e esvaziadas.
· Podemos dizer que o Ceará é o berço de atletas do vôlei de praia. Isso motiva novos talentos na praia e nas quadras? O número de procura do esporte no estado é alto?
O Ceará é referência no vôlei de praia porque teve e tem investimento, a partir do momento que a quadra receba investimentos proporcionais, os resultados acontecerão. Quanto a procura, realmente é grande, apesar da estrutura não ser adequada sempre somos surpreendidos com grandes atletas que surgem a cada dia e com uma estrutura melhor isso poderia ser ainda melhor.
A equipe juvenil foi o que me levou até a UFC, fui procurado por alguns atletas e daí surgiu a nossa equipe. Acredito que investir na base e no adulto faz com que tenhamos início, meio e fim. Antes o atleta jogava até o juvenil e sabia que ali seria o fim, hoje ele tem além do juvenil, uma equipe universitária e outra semi profissional (que em breve esperamos ser profissional).
· O Nordeste é composto por 9 estados, jogadores de alto nível técnico foram revelados em clubes desta região, no entanto não se tem uma competição a nível regional. Devido a quer, isso acontece?
São vários motivos, mas acredito que os maiores são: a fragilidade de nossas equipes,
que não possuem estrutura e investimento para desenvolver o voleibol e a falta de compromisso de boa parte dos dirigentes que comandam as instituições esportivas (o que talvez justifique a fragilidade destas equipes).
Equipe cearense |
Concordo plenamente com o que o Galba disse: falta investimento.
ResponderExcluirNão sabia que vocês tinham blog. que bom agora vou sempre visitar.
ResponderExcluirEu acho que a falta de investimento para as equipes do nordeste muito triste, pois o nosso voleibol não pode ficar concentrado somente no sudeste e sul. A equipe da Cimed mesmo pode acabar ai sim o sudeste ficará sozinho dominando o voleibol.Eu fico aqui torcendo por um dia ver equipes de todos os estados brasileiro participando de uma superliga A. Abraços