Texto escrito por: Guto Monte Ablas - Repórter do Expressão Vôlei
Twitter: @expressaovolei e Crisneive Silveira - Repórter do Expressão do Vôlei
Originalmente publicado em: http://fcbernardinho.blogspot.com.br/2012/10/falta-de-divulgacao-do-volei-no-nordeste.html
O vôlei, faz tempo, é um dos esportes de
maior destaque no Brasil, pois tem uma seleção vitoriosa, que honra a camisa, e
também um campeonato interno muito forte. Porém, essa força ainda não se faz
presente em sua totalidade, principalmente quando nos referimos a divulgação do
esporte na mídia.
Poucos jogos transmitidos na televisão e menos ainda no rádio. O
maior destaque da modalidade se dá por meio de texto, onde os portais comentam
os principais jogos e onde sites especializados destacam o trabalho de forma
mais detalhada.
É importante salientar que a mídia tem papel decisivo na
propagação e fortalecimento do esporte. Pois apenas com ela que os resultados
podem ser difundidos e não restringidos aos que acompanham este dia-a-dia.
Quem mais sofre com essa carência de divulgação são os polos menos
conhecidos do vôlei, os que ficam fora do eixo sul-sudeste, como por exemplo o
Nordeste.
Na última década o vôlei tem conquistado seu espaço e crescido em
resultados na região, porém o investimento nas categorias de base e no amador
ainda não é suficiente para desenvolver o potencial da região. Algumas equipes
conseguem algum destaque pois participam de competições importantes do cenário
nacional como a Superliga B (que oferece vaga na Superliga) e também chegaram
até a divisão especial do esporte universitário no país.
Naturalmente, esse crescimento influencia na popularização do
esporte, que conta com um povo apaixonado e que divulga e apoia o esporte na
região. Porém, o vôlei não consegue crescer e manter a gradativa
consolidação como celeiro da modalidade na região nordeste pois acaba por
empacar neste espaço reduzido que a imprensa dedica ao voleibol.
Dentro desta realidade imposta, as informações sobre conquistas e
avanços que difundiriam o esporte, acabam restritas aos já admiradores e
praticantes da região, não expandindo devidamente seu público e levando os
empresários ao desinteresse. Qual investidor colocaria um valor elevado para
patrocinar uma equipe sabendo que sua marca não será vista? E assim temos um
ciclo viciado: Não crescemos pois não temos investimentos e não temos
investimento pois não crescemos.
Peguemos como exemplo outra modalidade: O futebol. A ação de
empresários, olheiros e da mídia, torna muito mais fácil o processo de
revelação de novos talentos. Um jogador se destaca no campeonato de Pernambuco,
já ganha holofotes suficientes para conseguir mercado em clubes que tenham mais
mídia, dinheiro e visibilidade, tornando mais fácil para que o atleta se firme
no esporte, consiga respaldo financeiro e chegue a seleção brasileira.
No vôlei, isso não acontece. Campeonatos mal divulgados e, as
vezes, falta de interesse dos demais clubes, dificulta o surgimento de novos
atletas, que, depois de um tempo sem lugar ao sol, acabam por desistir do
esporte. Os que seguem, muitas vezes passam a vida no ostracismo, sem
reconhecimento da mídia e do grande público e passam longe de ganhar chance na
seleção.
Assim, temos a certeza de que o vôlei, esporte olímpico mais
vitoriosos de todos os tempos (trouxe 20 medalhas na história da competição),
ainda carece de atenção no Nordeste nos aspectos financeiros, de organização e
de atuação da mídia. Se ampliados esses três pontos teremos e muito a
facilitação do desafio de quem se dedica à modalidade para fazer do Brasil o
país do vôlei para além do eixo sul-sudeste.
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