As ponteiras
Jaqueline e Paula Pequeno, bicampeãs olímpicas pela Seleção Brasileira feminina
de vôlei, deram neste domingo um exemplo de companheirismo fora das quadras. Um
dia após a conquista da medalha de ouro na Olimpíada de 2012, as duas
compareceram ao evento de um patrocinador, onde o depoimento emocionado de
Jaqueline ganhou a solidariedade de Paula Pequeno - que, por sua vez, emocionou
a colega.
Perguntada
sobre seu bom desempenho na vitória por 3 sets a 1 contra os Estados Unidos,
Jaqueline se lembrou de todo o ciclo olímpico, no qual passou por diversas
dificuldades dentro e fora da quadra - entre elas, o aborto sofrido em 2011 e o
susto protagonizado nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, quando uma queda
em quadra provocou uma fratura cervical no pescoço e a tirou das competições.
"Foi
espetacular por tudo que eu passei. Tive que operar o joelho, perdi um bebê,
tive uma pancada na cervical e nem gosto de falar sobre isso, poderia ter
ficado paraplégica. Ajudar o Brasil como eu pude ajudar me deixa muito
feliz", afirmou a atleta.
Após
a declaração da companheira, Paula Pequeno tomou o microfone de surpresa e deu
um breve depoimento. "Você merece muito. Superou as expectativas, carregou
o piano", disse a atleta do Fenerbahce. As duas se abraçaram e se
emocionaram, e Jaqueline chorou, ganhando aplausos dos presentes no local.
As
duas lembraram ainda do mau início do Brasil nos Jogos Olímpicos de 2012. Na
primeira fase, o time venceu três dos cinco primeiros jogos e só avançou graças
à vitória dos Estados Unidos por 3 sets a 0 sobre à Turquia, combinada à
vitória brasileira pelo mesmo placar sobre a Sérvia. Nas quartas de final, a
Seleção Brasileira venceu a Rússia por 3 a 2 de forma dramática, salvando seis
match points para se classificar.
"A
partir do jogo da Rússia, despertou tudo aquilo que a gente precisava",
analisou Paula Pequeno. "Naquele momento, ter superado os match points a
favor da Rússia... A gente só viu que a gente podia fazer mais",
completou.
A
opinião foi semelhante à de Jaqueline. "O Brasil sempre tem a pressão.
Começamos mal o campeonato, mas foi uma fase que a gente conseguiu
superar", afirmou, comemorando a presença da mãe, Joseane Pereira, em
Londres. "Essa aqui foi meu guru, independente das dificuldades que a
gente passou no começo da Olimpíada", declarou.
*Terra
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