Além de um evento que pretende integrar o esporte de diversas regiões do país, a Supercopa Banco do Brasil de Voleibol é um espaço para a revelação de novos talentos. Na etapa Litoral, que acontece em Maiceió, Alagoas, até o próximo domingo (26.05), no entanto, quem for acompanhar as partidas no ginásio FAV/V2, no entanto, terá uma atração a mais: ver de perto o trabalho de um dos nomes mais importantes e experientes do vôlei brasileiro, Josenildo Carvalho. Ele acompanha na competição a equipe representante de seu estado natal, Pernambuco, o Clube Náutico Capibaribe.
Atual diretor técnico da Federação de Voleibol do Estado de Pernambuco, Josenildo comandou as seleções brasileiras adulta e infanto-juvenil na conquista de títulos. Em 1980, era o treinador do grupo feminino infanto-juvenil que se tornou vice-campeão sul-americano; em 91, levou a seleção adulta masculina ao topo do pódio também no Sul-Americano; no mesmo ano, também com o grupo masculino, ficou em segundo lugar no Pan-Americano de Havana, em Cuba; em quinto na Liga Mundial e em sexto na Copa do Mundo de Vôlei.
Em seu trabalho à frente de clubes nacionais, treinou o Banespa, onde passou 11 anos, BCN, Minas e Paulistano. Hoje, ele diz que seu papel é colaborar para o desenvolvimento do vôlei no Brasil e, principalmente, na região do Nordeste. Além disso, é professor da Universidade Corporativa do Vôlei (UCV) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
“Recebi um convite de última hora para acompanhá-los em Maceió e aceitei porque estou aqui para construir o vôlei e ajudar no que puder. Eu reconheço a dificuldade que existe em desenvolver o esporte local”, afirmou.
Apesar da derrota por 3 sets a 0 na estreia contra o Vitória/FSBA (BA) na última quarta, o professor vê evolução dos atletas pernambucanos que entraram em quadra pela Supercopa BB e acredita que eles ainda podem melhorar até o fim desta etapa:
“Consegui dar algumas instruções a eles e o processo de jogo evoluiu. No terceiro set, jogamos melhor que no primeiro. Sacamos mal, mas podemos melhorar isso ao longo desses dias”.
E aproveitou para falar de seu estilo de comandar:
“Eu não fico gritando com os jogadores. Acho que o grito serve para acordar quem está dormindo e eu não acredito que um atleta entre numa quadra de vôlei dormindo. Além disso, eles confiam em mim e estou aqui para apoiá-los”.
A equipe que defende o Náutico Capibaribe em Maceió foi montada recentemente porque muitos jogadores de Recife estão participando de uma competição dentro do estado e não puderam viajar para Alagoas. Apesar de a formação ser nova, o professor, à frente do grupo na Supercopa BB, considera muito importante a participação dos atletas no torneio de âmbito nacional.
Josenildo, que já ajudou a revelar grandes nomes do esporte brasileiro, como Dani Lins, Marcelo Negrão e Maurício, lamenta que os atletas nordestinos que se dedicam ao vôlei abandonem os esforços ainda na categoria juvenil:
“Sempre tivemos bons talentos, mas hoje estamos ausentes das categorias adultas porque, depois do juvenil, as pessoas vão fazer outra coisa profissionalmente. Precisamos de investimentos e, para isso, de visibilidade. Ninguém chega aonde chegamos, no Brasil, sem que haja um trabalho sendo realizado no país inteiro”.
Para ele, a fórmula para mudar esta realidade é aumentar a visibilidade do esporte local para atrair o interesse dos patrocinadores. E a realização de eventos como a Supercopa Banco do Brasil é um grande incentivo para a modalidade:
“Só há visibilidade para o voleibol nacional e não para o local. As federações precisam conseguir investimentos, assim como foi feito com a confederação. Para isso, você precisa aumentar a quantidade de fãs do esporte. As pessoas têm que se interessar, assistir ao esporte, aumentando a audiência e chamando a atenção para o vôlei”.
O Náutico Capibaribe joga nesta QUINTA (23.05) contra o Grêmio UFPB/PB às 20h30. Antes disso, a Supercopa BB tem o confronto entre as duas equipes anfitriãs da etapa Litoral, CRB e Pajussara E.C./Maurício de Nassau, ambas de Maceió. A entrada para todas as partidas no ginásio FAV/V2 é gratuita.
No domingo, último dia da etapa, além dos jogos de encerramento, a competição contará com a presença do campeão mundial, Maurício Lima, que chega a Maceió para incentivar a Supercopa e estimular a participação do público.
A Supercopa Banco do Brasil de Voleibol está dividida em seis etapas. A primeira foi a Cerrado, em Anápolis (GO) e cujo vencedor foi o Monte Cristo, de Goiás. Esta semana, cinco equipes disputam a etapa Litoral em Maceió, enquanto Chapecó (SC) recebe a etapa Pampas; Uberlândia (MG), a Mata Atlântica; e Fortaleza (CE), Dunas. Na próxima semana, Manaus (AM) sediará a etapa Amazônia. Os campeões de cada uma se classificam automaticamente para a fase final, em Brasília (DF), de 18 a 23 de junho.
Ela será formada por dois grupos de três equipes cada. Os dois melhores de cada chave avançam para as semifinais. Atletas e a comissão técnica do time vencedor receberão R$ 2 mil em títulos de capitalização Ourocap, do BB. A premiação total soma R$ 30 mil, distribuídos entre 12 jogadores e três membros da comissão técnica. Além disso, os campeões ganharão medalhas, troféus, um kit esportivo da Olympikus e uma clínica com curso de fisiologia no Aryzão, o Centro de Desenvolvimento do Voleibol, em Saquarema (RJ).
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