No dia da estreia da etapa Litoral da Supercopa Banco do Brasil de Voleibol, na última quarta-feira (22.05), o oposto do Vitória/FSBA Lailson Costa, de 24 anos, assistiu à segunda partida do dia sentado na arquibancada do ginásio FAV/V2, em Maceió (AL), junto com a torcida, sem que ninguém puxasse conversa ou pedisse para tirar uma foto. Há dois meses, não era assim. O jogador voltou em abril de uma temporada no Líbano, onde defendeu o Zahra Clube, na cidade de El Mina, fronteira do país com a Síria. Ele foi o maior pontuador do campeonato libanês na primeira temporada em que atuou no time e conquistou a torcida. Quando saía na rua, era comum ser parado por algum fã. Nascido em Salvador, na Bahia, Lailson se acostumou, em dois anos, com a fama, os costumes locais e os barulhos de bomba do país vizinho, que atravessa uma guerra civil.
“Os torcedores de lá adoram esporte e sempre compareciam
ao ginásio. Mesmo os jogos amistosos lotavam. Eu passei a ser reconhecido na rua. E eles são fanáticos pelos brasileiros, fui muito bem recebido”, conta o brasileiro, que não teve a rotina afetada pelo confronto sírio: “Eu ouvia o barulho das bombas, mas não sentia medo porque o exército libanês protegia a fronteira. O que eu vi foi muito sírio refugiado na cidade, pedindo esmola na rua”.
Lailson não sentiu tanta dificuldade com a língua porque morava com dois brasileiros que também estavam na equipe libanesa e descobriu um restaurante cujo dono falava português.
“Eu usava o inglês para me comunicar, mas lá tem muita gente que sabe um pouco de português, porque a população libanesa no Brasil é enorme, então eles têm contato com nosso país”, afirmou.
El Mina é uma cidade com grande população católica, o que também ajudou na adaptação. Embora esteja reforçando o Vitória na Supercopa, a volta de Lailson para o Líbano no próximo ano, para jogar em outra equipe, é quase certa.
Outro jogador da equipe baiana que agrega experiência internacional ao time é Ítalo Barbosa, também de 24 anos, que estava na Finlândia defendendo o Himanka. Ele passou sete meses no país europeu e está de férias no Brasil. Por aqui, teve passagem por diversos clubes e chegou a disputar a Superliga principal na temporada 2009/2010. Seu objetivo é jogar mais um tempo fora para então voltar a atuar em times nacionais.
“O que quero hoje é reconhecimento profissional. Quero ser respeitado pelo que faço e conseguir me estruturar financeiramente também com meu trabalho”, diz.
O maior problema para Ítalo na Finlândia foram o frio e a língua. Apesar deles, a adaptação ajudou a trazer benefícios para carreira e vida pessoal:
“Em termos de vôlei, acho que consegui passar bastante para eles. Tive que estudar inglês e tudo o que sei falar do idioma hoje é porque passei esse tempo lá. O finlandês é muito difícil e eu não consegui aprender a me comunicar usando a língua. Só sei algumas palavras isoladas".
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