Mãe dos jogadores paraibanos Klaus e Matheus, Lilian Araújo fala sobre a experiência de ser mãe de atleta


Elas são as responsáveis por gerir, cuidar, educar. São os principais exemplos nas nossas vidas. As que sofrem mais a cada derrota, consequentemente as que vibram ainda mais a cada vitória. Acordam cedo, de madrugada, ás vezes nem dormem. Se ser mãe é uma tarefa difícil, ser mãe de atleta é ainda mais.


"Discretas ou torcedoras barulhentas, cheias de conhecimentos técnicos ou praticamente ignorantes quanto às regras do esporte, jovens ou maduras, todas as mães de atleta merecem destaque. Afinal, para o grande público, ela permanecerá sem nome, a mulher anônima por trás do sucesso do grande campeão, a mãe de alguém. Mas, para os filhos atletas, ela para sempre será reconhecida como a base sem a qual nunca viveríamos as emoções da vitória.”

Quando seus filhos começaram a se interessar por voleibol?
No colégio onde estudavam, Klaus com 13 anos e Matheus aos 09.

Você os apoiou?
Sim, como incentivei também, sempre achei importante fazer algum esporte.

Uma das principais dificuldades de um atleta é conciliar a rotina esportiva com a vida escolar. Como foi essa realidade para o seus filhos? Como mãe, de que forma você tentava equilibrar isso?
No início não foi tão complicado, era só dizer que se tirassem notas baixas sairiam do vôlei. No caso de Matheus ficou muito difícil quando ele foi jogar fora, ainda iniciou a faculdade, mas não terminou e Klaus com as viagens jogando Vôlei de Praia.

Sabemos que os seus dois filhos passaram temporadas jogando no exterior. Como foi o processo de negociação para as viagens? Você incentivou a tentarem jogar fora do país?
Confesso que nesse caso não teve muito incentivo meu, pois já achava ruim a distância quando Matheus começou a morar São Paulo, veio a proposta de Klaus passar a primeira temporada na Suécia e depois, mais lá na frente, veio pra Matheus ir para o Catar, que foi ainda mais complicado, pois o período da temporada era bem maior. O processo de negociação foi entre eles, eu só tive que concordar, já que era o desejo deles e fazia parte do projeto de vida deles.

Como lida com a saudade em épocas de longas temporadas fora do Brasil?
Não é fácil, a saudade é muito grande. Às vezes fica difícil segurar as lágrimas. Tem momentos, datas e situações que o desejo de estar com eles foge um pouco do meu controle emocional, mas o importante é saber que eles estão felizes, fazendo o que gostam. A minha felicidade depende da felicidade dos meus filhos.

Qual a conquista mais importante que você se recorda?
Eles tiveram muitas conquistas, mas poder assistir Matheus jogando seu primeiro campeonato brasileiro, as Olimpíadas Escolares, que foi aqui em João Pessoa com o 3º lugar, foi muito bom, assim como assistir Klaus jogando um brasileiro também em João Pessoa o sub-21 de vôlei de praia em 2007 onde foi vice-campeão e ganhou  título de melhor jogador da etapa. Difícil falar de uma conquista só, pois também tive a grande emoção de receber uma ligação de Klaus ainda na quadra, dizendo que tinha sido campeão em 2006 no brasileiro de vôlei de praia sub-19  em Niterói RJ.

A rotina de mãe de atleta fica diferente em finais ou disputas decisivas?
Eu pelo menos, fico super ansiosa, focada só neles.

Seu filho já passou algum dia das mães sem estar com você? Se sim, como foi?
Sim, principalmente sem Matheus, pois esse já é o sexto ano que ele passa fora. É  sempre um pouco vazio, não tem como não sentir uma certa “tristeza” no coração, mas tento não passar isso pra ele, não é difícil só pra mim.

Neste dia das mães qual o melhor presente que poderá receber?
Olha...não consigo pensar em nada material, é muito bom receber presentes pelo fato de ser lembrada, mas nada como passar junto com meus filhos, como não é possível, tenho que me contentar em vê-lo através da internet, no caso, Matheus que está no Catar, Klaus estará comigo.

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