Falta de divulgação do vôlei no Nordeste



Texto escrito por: Guto Monte Ablas - Repórter do Expressão Vôlei
Twitter: @expressaovolei e Crisneive Silveira - Repórter do Expressão do Vôlei


O vôlei,  faz tempo,  é um dos esportes de maior destaque no Brasil, pois tem uma seleção vitoriosa, que honra a camisa, e também um campeonato interno muito forte. Porém, essa força ainda não se faz presente em sua totalidade, principalmente quando nos referimos a divulgação do esporte na mídia.

Poucos jogos transmitidos na televisão e menos ainda no rádio. O maior destaque da modalidade se dá por meio de texto, onde os portais comentam os principais jogos e onde sites especializados destacam o trabalho de forma mais detalhada.

É importante salientar que a mídia tem papel decisivo na propagação e fortalecimento do esporte. Pois apenas com ela que os resultados podem ser difundidos e não restringidos aos que acompanham este dia-a-dia.

Quem mais sofre com essa carência de divulgação são os polos menos conhecidos do vôlei, os que ficam fora do eixo sul-sudeste, como por exemplo o Nordeste.

Na última década o vôlei tem conquistado seu espaço e crescido em resultados na região, porém o investimento nas categorias de base e no amador ainda não é suficiente para desenvolver o potencial da região. Algumas equipes conseguem algum destaque pois participam de competições importantes do cenário nacional como a Superliga B (que oferece vaga na Superliga) e também chegaram até a divisão especial do esporte universitário no país.

Naturalmente, esse crescimento influencia na popularização do esporte, que conta com um povo apaixonado e que divulga e apoia o esporte na região. Porém,  o vôlei não consegue crescer e manter a gradativa consolidação como celeiro da modalidade na região nordeste pois acaba por empacar neste espaço reduzido que a imprensa dedica ao voleibol.

Dentro desta realidade imposta, as informações sobre conquistas e avanços que difundiriam o esporte, acabam restritas aos já admiradores e praticantes da região, não expandindo devidamente seu público e levando os empresários ao desinteresse. Qual investidor colocaria um valor elevado para patrocinar uma equipe sabendo que sua marca não será vista? E assim temos um ciclo viciado: Não crescemos pois não temos investimentos e não temos investimento pois não crescemos.

Além do crescimento natural das equipes e dos campeonatos do nordeste, a falta de mídia atravanca outro importante passo para a evolução do vôlei: A formação de atletas.

Peguemos como exemplo outra modalidade: O futebol. A ação de empresários, olheiros e da mídia, torna muito mais fácil o processo de revelação de novos talentos. Um jogador se destaca no campeonato de Pernambuco, já ganha holofotes suficientes para conseguir mercado em clubes que tenham mais mídia, dinheiro e visibilidade, tornando mais fácil para que o atleta se firme no esporte, consiga respaldo financeiro e chegue a seleção brasileira.

No vôlei, isso não acontece. Campeonatos mal divulgados e, as vezes, falta de interesse dos demais clubes, dificulta o surgimento de novos atletas, que, depois de um tempo sem lugar ao sol, acabam por desistir do esporte. Os que seguem, muitas vezes passam a vida no ostracismo, sem reconhecimento da mídia e do grande público e passam longe de ganhar chance na seleção.

Assim, temos a certeza de que o vôlei, esporte olímpico mais vitoriosos de todos os tempos (trouxe 20 medalhas na história da competição), ainda carece de atenção no Nordeste nos aspectos financeiros, de organização e de atuação da mídia. Se ampliados esses três pontos teremos e muito a facilitação do desafio de quem se dedica à modalidade para fazer do Brasil o país do vôlei para além do eixo sul-sudeste.



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